27 de outubro de 2010

Garota Planta



Por medo de sonhar em demasia, ela, a garota, optou por apenas viver nos ventos sublimes e azuis dos encantamentos oníricos. Fez o seu medo, o seu porvir ainda mais belo.

Renunciou à falsa vida e planta tornou-se. Passou a ter aorta de galhinhos esverdeados que conduziam uma seiva tão alva quanto as penas daquelas gaivotas do Sul. Dos galhinhos saem também incontáveis folhinhas que na primavera floram e eclodem frutinhas, as quais, minúsculos passarinhos devoram com todo o seu amor de fantasia.

E ela, a garota, também passou a se alimentar de si mesma, e assim, notou que a felicidade serena passou a ser a sua única realidade. E então amou. Amou com verdade a sua existência e também a de todos os seres que a faziam intensamente viva.
 
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