19 de março de 2010

fui pra bahia!

eu já vivo tão cansado
de viver aqui na terra
minha mãe, eu vou pra lua
eu mais a minha mulher
vamos fazer um ranchinho
tudo feito de sapê, minha mãe eu vou pra lua
e seja o que deus quiser

1 de março de 2010

memórias de uma viagem, inscritos de um avião.


a ausência do mundo teve início quando eu percebi que já não havia mais necessidade da falsa presença, conscientizei-me que o corpo é apenas a extensão da alma, e ela, unicamente ela, é que deve ser ouvida. e então, eu a ouvi.


é uma fase leve, caracterizada pela ausência de gravidade, é a fase das vontades espontâneas.


fui parar nas alturas. cheguei ao topo do mundo e avistei a imensidão da vida, senti o que não pode ser visto, visitei em sanidade o que a alma visita quando liberta pelo sono do corpo. amei com intensidade o amar.


não revoltei-me, não tive pensamentos ruins, não lembrei-me da vida medíocre a qual nos submetemos em troco de nada, simplesmente estive nas nuvens e deixei-me dissolver com elas.


esta não foi uma viagem para reflexão.. não! definitivamente não. muito menos de lazer. foi um momento que eu concedi ao meu corpo preso, que pudesse sentir as levezas da alma. ver belas paisagens e fazer parte delas, ser elas. dissolver-se na imensidão bela e bela também ser. sublimação, a maior busca.


aspirar pelos poros a perfeição da natureza não corrompida, não imunizada pelo caos do automatismo, da praticidade, da vida nesse formato caótico.


a grande leveza e energia intensa da atividade incessante e constantemente renovada da cachoeira, a força interna que nos causa a composição perfeita e universal do arco-iris, a chuva genuína que cai na terra despretensiosamente, mas que abençoa e limpa a todos que estão abaixo dela.


o medo do desconhecido e perigoso, tão necessário ao nosso auto-conhecimento. o silêncio que não emite som, nem sequer pensamento. o vácuo necessário para que se possa sentir e não imaginar. ser a si mesmo. ser o todo, e o todo, você.
 
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