26 de abril de 2009

a semente de mim

Quando percebo-me o cérebro diluiu-se em explosão. Lá não sou mais aquela, nem a outra.

É quando me esfacelo e dilacero, quando encontro-me aos pedaços, que eu avisto o meu verdadeiro eu.

Desconstruo-me em uma miraculosa gama de cacos indecifráveis, e sei realmente o que sou.

Afugento todos os excessos, faço necrosar o que não sou. A dor da auto-mutilação é a recompensa por realmente entregar-se a si.

O que sobra?

A semente de mim.

O que dissipa?

A frouxa e desprezível derme tolhedora.


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ainda tento escrever coisas mais brandas e conduzir os meus pensamentos de forma mais bela. mas a vida é dura e nos impulsiona à profunda reflexão, que pouco-a-pouco, mostra os seus sintomas bruscos e irreversíveis
 
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